quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Vitimização

Tenho observado muito este conceito.

Enquanto não tomarmos as rédeas de nossas vidas, como poderemos ser felizes?
Ficar culpando os outros pelo o que nos acontece ou deixou de acontecer pode ser confortável, mas é inútil e improdutivo. A vida é feita de escolhas, as quais só dependem de nós mesmos. Talvez o problema esteja no fato que a grande maioria não saber exatamente o que quer para si mesmo e sendo assim, o que escolher? Para que lado navegar?
Do meu ponto de vista, todos nós temos inúmeros motivos para lamentar-nos, seja a cor dos cabelos, o tamanho do nariz, a altura ou falta de dinheiro. Todos temos “problemas”, desde de unhas encravadas até a perda de um filho ou de um membro do corpo. A relevância de cada um deles é subjetiva e particular. O ponto chave é a forma de encarar estes “problemas”. Novamente, é uma questão de escolha.
É claro que é fácil falar neste tom quando temos uma boa educação e um bom discernimento, mas até que ponto isto nos foi dado ou foi construído? São comuns os exemplos de pessoas ricas, esclarecidas e famosas que nem por isso são indivíduos felizes ou realizados.
Estamos acostumados a culpar o governo e a sociedade. Mas de que se constrói um governo ou sociedade senão de cidadãos, ou seja, de nós mesmos? Se buscamos uma transformação no todo devemos iniciá-la por nossas atitudes e comportamentos individuais, com comprometimento e consciência.
Acredito que uma importante função dos psicólogos é o de tirar as pessoas do papel de vítima e colocá-las numa posição ativa diante de suas vidas. Só assim construiremos um mundo melhor.

Curta suas férias! Seja Feliz!

domingo, 29 de novembro de 2009

CONFÚCIO: O homem superior e o homem inferior

"O homem superior compreende o que é direito; o homem inferior compreende o que quer vender."

"O homem superior ama sua alma; o homem inferior ama seus bens. O superior sempre se lembra de como foi castigado por seus erros; o inferior sempre se lembra dos presentes que recebeu."

"O homem superior censura a si mesmo; o inferior censura os outros."

"O homem superior não é aquele que é bom apenas para uma espécie particular de posição."

"O homem superior desenvolve-se para cima; o inferior se desenvolve para baixo."

"O homem superior é digno e simples, sem ser orgulhoso; o inferior é orgulhoso porém não é digno."

"O homem superior atravessa sua vida sem qualquer curso de ação preconcebido ou qualquer tabu. Ele simplesmente decide no momento o que é o direito fazer."

"Um estudante que gosta dos confortos de vida não é digno de ser chamado um estudante."

"Um cavalheiro envergonha-se de que suas palavras sejam melhores do que suas ações."

E você? Que caminho tem escolhido?

PS: Para saber mais sobre o filósofo Confúcio copie o link http://tv.terra.com.br/Diversao/Documentarios/Biography-Channel/4691-254856/Confucio-Palavras-de-Sabedoria.htm

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Eleições DCE - Parte 2

Estive no debate das chapas candidatas ao DCE realizado na terça-feira (dia 17) e entre seus discursos as chapas mencionaram: "dia-a-dia do estudante" (Chapa 1), "transformação social" (Chapa 2) e "casa não se contrói pelo telhado" (Chapa 3).

Acredito que uma "transformação social" só será realizada neste país com uma mudança de comportamento da sociedade, ou seja, dos cidadãos que compõem esta sociedade. E quem são estes cidadãos senão nós mesmos?
Dessa forma, entendo que a universidade e instituições como o DCE deveriam participar na construção do caráter dos alunos, no intuito de formar indivíduos que, além de lutar pelos seus direitos, respeitem o próximo, saibam seu lugar na sociedade, não usufruam de privilégios e que cumpram com seus deveres.
Entre outras ações vergonhosas, desrespeitamos as filas do RU, não respeitamos o silêncio na biblioteca, riscam-se os livros, as luzes da universidades ficam acesas durante o dia inteiro.
Mas quem se importa? Não sai do meu bolso...
Para quê me indispor com os outros?

Prevalece a "lei de Gerson", do cada um por si, do "jeitinho", da malandragem.

Levantei este tema às três chapas para que pudesse tomar uma decisão quanto ao meu voto.
Enviei emails e fui ignorado.
Quando questionados diretamente, os integrantes das "diferentes" chapas repetiram o mesmíssimo discurso de sempre: "O tema é algo individual, não depende da política. Nossos esforços são no sentido de acabar com as filas".
Futuros POLÍTICOS ou POLITIQUEIROS? (ainda existe diferença?)
O discurso indica que ninguém está realmente preocupado com uma mudança na sociedade. O negócio é angariar votos e apontar dedos!
Se até mesmo nossos alunos têm este pensamento, não vejo esperanças.
E dizer que semestre passado a gestão anterior trouxe o Delegado Protógenes Queiroz para uma palestra em nossa universidade. Todos se encheram de orgulho, cantamos o hino nacional e nos indignamos com a corrupção.
Depois saímos de lá e furamos a fila!
A corrupção está bem mais próxima do que imaginamos. Senão for cortada pela raiz, torna-se irreversível.

Esclareço que meu intuito é alertar estes colegas à problemática da questão.

Parem e reflitam.

Afinal, vocês serão nossos futuros prefeitos, senadores e presidentes. Mantenham seus corações limpos, suas mentes claras e seus ideais sólidos enquanto ainda é tempo.

Vamos mudar este país!

Se a "casa não se contrói pelo telhado", que tal começar uma "transformação social" praticando cidadania na fila do RU, tão presente no "dia-a-dia do estudante"?

sábado, 14 de novembro de 2009

Mudança de Comportamento

Um pouco de teoria: em Psicologia da Comunicação aprendemos a diferença entre atitude e comportamento.
Uma atitude refere-se ao seu posicionamento ideológico mediante algum conceito ou assunto. Quanto ao comportamento, temos algo mais prático: é como você efetivamente age naquela determinada situação.

Tentamos aqui mudar sua atitude. Quanto ao comportamento, só depende de você. Ou será necessária a presença de guardinhas de fila, medida tomada na UFSCar?
Esta notícia encontrei em uma das comunidades no Orkut contra o furo da fila, problema enfrentado em várias outras universidades do país.
Tocando neste tema, encontrei também diversas comunidades defendendo o furo, com declarações fantásticas e membros muito orgulhosos de seu posicionamento imoral.
Se, ainda no Orkut, você buscar pela palavra corrupção, aparecem cerca de 180 comunidades contra a corrupção, mas nenhuma a favor. Engraçado como não encontrei comunidades do tipo Eu sou corrupto ou Eu Roubo o Dinheiro Público. Talvez essa galera que fura a fila ainda não tenha se candidatado a nada ou criou um mínimo de vergonha na cara.

Voltando ao início desta conversa, se você mudou sua atitude, não se sinta inibido em mudar seu comportamento. Eu também, como me perguntou uma colega, já furei fila, mas depois de perceber todo envolvimento do problema, mudei minha atitude e comportamento.
Vejo isso como uma evolução. Se mudanças são necessárias, por que resistir?
Ser flexível, além de tudo, faz bem para a saúde.

Boa semana.

sábado, 7 de novembro de 2009

ELEIÇÕES DCE

Como muitos de nossos alunos já devem ter vivenciado, as chapas candidatas às eleições do DCE tem percorrido algumas salas de nossa universidade. Em uma dessas visitas, mais precisamente no dia 06 de novembro, na segunda fase da educação física, nossos candidatos foram questionados diretamente quanto ao seu posicionamento em relação ao furo da fila, já que as tentativas de discussão conjunta sobre o tema com a gestão anterior foram frustrantes. Igualmente frustrante foi a repetição da resposta: que o trabalho realizado é para que não haja mais filas, e que, não havendo filas, não haverá furos.
Outro argumento apresentado é que esta questão não seria pertinente ao campo da política, mas relacionada a uma mudança individual, a uma questão moral. Mas o que deve objetivar a política senão estabelecer uma sociedade moral? Se todos fôssemos morais, será que precisaríamos da política?
Qualquer instituição que tenha como finalidade a representação de um grupo deve lutar em defesa dos direitos de seus indivíduos e tomar ações no sentido de inibir qualquer ato imoral que os venha prejudicar.
O problema é que apontar o dedo para os erros de eleitores em potencial não é politicamente interessante. Isso se chama politicagem!

Além do mais, diversas vezes presenciei pessoas saindo do DCE e furando fila.

Deixo três perguntas aos novos candidatos, ao DCE ou à presidência do país:

1) Você é honesto?
2) Você deixaria de lado interesses particulares para atender as necessidades do grupo que você representa?
3) Você fura fila?

A partir destas respostas, acho que já podemos fazer nossas escolhas.

Boa praia!

Lembrete: Continuo aguardando manifestações a favor do furo. Você que fura e acha isso legal, deixe aqui suas idéias! Aproveite para escolher sua chapa para o DCE.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Consciência do dever

Deixo um pensamento de Kant sobre a consciência do dever: "A consciência do dever é o fundamento de tudo, inclusive da própria liberdade. Para saber se minha ação é justa ou não, eu devo responder à seguinte pergunta: você ficaria satisfeito em viver num suposto mundo em que a máxima da sua conduta se tornasse uma lei necessária (que não tem exceções)? Se você gostaria de viver nesse mundo, então você deveria começar dando o exemplo, ou seja, você deveria agir assim... Isso é a consciência do dever. Por exemplo: você viu aquele garoto que ultrapassou o sinal vermelho ali na esquina e quase provocou uma colisão? Você gostaria de viver num mundo onde todos, sem exceção, desrespeitassem os sinais de trânsito? É uma consciência que nasce na razão pura. Esta consciência do dever nasce na minha razão independente de outras influências. É fruto, portanto, da minha autonomia. E, além do mais, a gente tem a consciência de que deve respeitar, porque sabe que poderia não respeitar. Eu diria deves, portanto podes. A liberdade nasce da consciência do dever."

Contribuição especial de uma grande amiga: Marcelle Barrichello - Advogada

domingo, 25 de outubro de 2009

Desafio

Entre as justificativas que escuto em defesa do furo dois argumentos têm se destacado:
1) A entrada na fila de uma ou duas pessoas é tolerável;
2) Quando estamos atrasados o furo se justifica.

Peço ajuda aos meus amigos da matemática para que expliquem as consequências aritiméticas ou exponenciais se todos os ocupantes da fila considerarem-se no direito de dar lugar a apenas um ou dois amigos.

No mundo de hoje, quem não está atrasado? Lógico que imprevistos acontecem, mas atrasado por quê e para quê? Você não deveria ter pensado nisso antes de ajustar seu despertador? Ou então escolher um restaurante que não tenha filas, já que o com fila não atende às suas necessidades? E por que o seu atraso é mais importante que o dos outros?

Noto que nossos colegas tentam justificar o furo por não disporem-se a perder a comodidade de almoçar mais cedo ou com os amigos, como se todos os outros que já estavam na fila achassem esse comportamento normal e aceitável.

Precisamos dizer a eles que nós não achamos!!

O brasileiro coloca-se em primeiro lugar de importância em detrimento do direito dos outros. Isto é privilégio, é corrupção!

Curioso que ninguém se manifestou a favor do furo neste blog. Mesmo assim os furões continuam. Será que o cartaz colocado na parede do ru deveria estar mais perto da porta para que eles saibam da existência do blog?

Desafio os que acreditam que não há implicações no furo ou que é justo furar a fila que deixem aqui seus argumentos ou comentários.

Bons feriados.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Votar em Quem?

Primeiro duas perguntas:

Já pegou sua caneca?
Você sabia que já fazem duas semanas que o RU noturno abre para o almoço?

Tenho almoçado lá sem pegar quase nada de fila.
Parabéns pelas conquistas dos alunos e cooperação (mesmo que tardia!) da reitoria.

Porém, mesmo que um tanto diluído pela queda do tempo de espera, o furo permanece presente e a diminuição da intensidade não diminui a magnitude do problema.
Espero que a importância do assunto não se perca, pois não deixamos de desrespeitar os colegas, apenas criaram-se melhores condições para que isso não aconteça de forma ostensiva. Não se deixem iludir, apesar da previsão de nosso brilhante colega: "se não houver fila, não terá furo!"(post de 26/09).
A evolução ideológica ainda é zero.

Perderemos a oportunidade de presenciar uma mudança de comportamento político e de auto-reflexão?
Ou esperar-se-á mais uma condição de guerra para vivenciarmos o caos?

Para os que ainda defendem o comportamento de furar a fila, ainda deixo dois questionamentos:

1) Imagine seu candidato para as próximas eleições.
Você votaria em alguém que fura a fila? (Muitos de nossos colegas serão candidatos daqui a 10, 20 ou 30 anos. E aí?)

2) Se seu filho lhe perguntasse: "Papai/Mamãe, é certo furar fila?", o que você responderia?

Mais um desabafo:
Essa semana, num passeio ecológico promovido pela prefeitura, enquanto acompanhávamos 20 crianças e algumas bitucas já ficavam pelo caminho, foi solicitado por um dos guias que os professores presentes apagassem seus cigarros ao menos durante o passeio.
Os motivos são óbvios (diga que são, por favor!!!).
O comentário foi: "Isso a gente sabe, mas não dá pra fazer tudo certo."
Triste, não é? Ainda mais vindo de um educador.
Espero que vocês não pensem do mesmo jeito.

Boa semana, bom RU. Com menos filas e com caneca.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Moral e Moralismo. Existe diferença?

Notei que em minhas conversas sobre o tema deste blog, muitas pessoas se incomodam imensamente quando coloco a palavra “moral”. Tenho a nítida impressão que ela causa uma aversão e repúdio incontroláveis, dificultando o entendimento e aceitação de que furar a fila é um comportamento inadequado.
Essas reações me intrigam!
Depois de várias reflexões, concluí que está havendo uma confusão entre Moral e Moralismo.
Tentando juntar maiores argumentos para esta diferenciação, fui feliz em encontrar o artigo “Sobre o moralismo” de Fernando Montes D'Oca, Professor de Filosofia licenciado pela Universidade Federal de Santa Maria, publicado no jornal Diário de Alegrete em 26 de maio de 2006.
Aqui coloco passagens desse artigo que caem como uma luva para os esclarecimentos que julgo necessários:
“Infelizmente, ao homem de hoje falta moral e sobra moralismo. Em geral, tais expressões são confundidas e tomadas como tendo um mesmo e único sentido. No entanto, vale lembrar que entre a moral e o moralismo há um verdadeiro abismo.
Alguns ismos, acrescentados como sufixos, dão um sentido pejorativo à nova palavra formada [...]. O ismo denota uma espécie de desvalorização e transmite a idéia de que algo foi levado ao extremo a ponto de uma completa banalização. Assim sendo, a moral levada ao extremo passa a ser um moralismo.[...]
No nível moral do moralismo, que é um extremo ou um excesso em relação à justa medida moral, parece que a racionalidade inexiste. Nessa instância as ações humanas são orientadas de fora para dentro. Em vez de racionalidade livre, há uma obrigatoriedade ditada por exemplos ou modelos morais.
O moralismo não incentiva as pessoas a pensar em como agir, mas a agir sem pensar. De fato, usurpando a boa-fé de pessoas que abdicam de pensar antes de fazer qualquer coisa, aparecem os moralistas.
O indivíduo moralista parece sempre saber o que é certo, não titubeia nunca. Ademais, sabe o que é certo e bom para si e para os outros, e, o que é pior, induz, quando não obriga, as pessoas a agirem segundo ele julga correto.
De moralistas o mundo está cheio, seja na política, na religião, na educação, nos meios de comunicação… [...] O moralista parece ser um indivíduo que se encontra acima do bem e do mal, e, por isso, julga-se digno, mesmo muitas vezes sendo totalmente incapaz, de ser um formador de opinião e de ser alguém que legisla sobre a vida dos outros.
Quanto mais moralista se é, menos moral se tem! O moralista só prega para os outros, é um completo hipócrita. [...]
O fato de o moralista levar o discurso moral ao extremo, isto é, a ponto de reduzi-lo à não-racionalidade das ações, coloca em xeque toda a possibilidade de se ter uma legítima doutrina moral, baseada em princípios e valores flexíveis e raciocinados, e não apenas em sensacionalismos emotivistas ou em puritanismos baratos.”
O professor termina conceituando moral como “a capacidade raciocinada do homem, por si próprio, decidir o que é certo e o que é errado, o que é bom e o que é mau, o que é justo e o que é injusto, o que é nobre e o que é vil, o que é virtude e o que é vício.”
Então, ratificando, não queremos nem pretendemos ser moralistas. A este conceito temos as mesmas reações de aversão e repúdio encontradas.
Defendemos aqui a moral, que se refere ao respeito ao próximo e ao exercício de cidadania. Quem sabe agora entramos num acordo!!

Feliz dia das crianças e boa semana!!!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

CIDADANIA

"Cidadania é a condição de existência do indivíduo que compartilha interesses do coletivo e trabalha no sentido de sua consolidação, para romper com a relação de anomia, quando expressar sua identidade particular não o coloca nem acima nem abaixo da identidade dos outros, supondo-se que o livre desenvolvimento de cada um é a condição para a convivência e desenvolvimento de todos. Este homem é aquele que tem seu lugar no mundo e que reconhece o lugar de cada um dos outros indivíduos."
(GELBCKE, Francine Lima, et al. Texto & Contexto - Enfermagem, Florianópolis, dez. 2008).

Parece que estamos bem longe disso...

Exigimos nossos Direitos. Esquecemos dos Deveres.

sábado, 26 de setembro de 2009

Desabafo!!

Semana passada os alunos de nossa Universidade organizaram uma bela e justa manifestação para melhorias do serviço do RU.
Minha tristeza e desabafo ficam por conta da conversa que tive um dia antes com um participante ativo do movimento: ao ser abordado na fila do RU pelo colega para participar da manifestação, questionei novamente o porquê do furo da fila nunca ter sido discutido pelos alunos. Entre outros argumentos, o colega se posicionou a favor do furo da fila, não só assumindo abertamente que era praticante desse ato, como também afirmando que o mesmo se justifica como a única forma dos alunos - e de outros que dependem do RU para almoçar - chegarem na hora aos seus compromissos, e que o furo da fila só é praticado por existirem as filas (sim!!?!??). Argumentou também que já tentou convencer os outros a não furarem a fila, mas desistiu ao ser chamado de hipócrita, já que, segundo ele mesmo, também fora visto furando a fila (e essa, alguém entendeu?).

Cadê a ideologia?

No livro "A História da Loucura" de Foucault encontramos:

"A loucura só existe em cada homem, porque é o homem que a constitui no apego que ele demostra por si mesmo e através das ilusões com que se alimenta. A Philautia é a primeira das figuras que a Loucura arrasta para sua dança, mas isto porque estão ligadas uma à outra por um parentesco privilegiado: o apego a si próprio é o primeiro sinal da loucura, mas é porque o homem se apega a si próprio que ele aceita o erro como verdade, a mentira como sendo a realidade, a violência e a feiúra como sendo a beleza e a justiça."

O que me parece é que a grande maioria no fundo entende o cerne do problema, mas pouquíssimos estão a fim de abrir mão do privilégio de entrar na fila na frente dos outros.
Continua a corrente da corrupção.

Bom, eu não furo fila... E você? Vai furar até quando?

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Passividade. Até quando?

Brasileiro não reage contra quem fura fila, diz estudo
Matéria do site Terra, 15 de setembro de 2007

Um estudo realizado por um psicólogo do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB) mostrou que os brasileiros não reagem quando alguma pessoa "fura" a fila onde estão, apesar de, em entrevista, cerca de 65% ter afirmado que tomaria alguma atitude. O relatório mostrou que, nestes casos, o indivíduo se mostra cordial e pacífico, preferindo fingir que não viu o acontecido.

A pesquisa, liderada pelo psicólogo Fabio Iglesias, observou e analisou as principais reações das pessoas, elaborando instrumentos de pesquisa em filas de bancos, restaurantes, cinemas ou rodoviárias, para poder explicar os comportamentos inusitados nestas situações. Todos os experimentos não demonstraram diferenças significativas entre homens e mulheres, sendo eles integrantes da fila ou "furões".

Iglesias também bancou o "fura-fila" para descobrir a diferença entre o que o brasileiro fala e o que realmente faz. "Muitos dizem que vão reclamar se alguém entrar na frente, mas o que a análise mostrou é que quase ninguém faz", afirmou.

Segundo Iglesias, mesmo que quase todas as pessoas pensem que a fila é um local intolerável, 20 ítens desenvolvidos por ele e aplicados em 302 indivíduos no Distrito Federal apontaram que o maior incômodo é causado pelo desconhecimento do tempo que se terá de aguardar no local. Buscando resolver este problema, Iglesias sugeriu a colocação de um visor, placas ou a simples justificativa da demora.

Durante a pesquisa, foram feitas simulações em uma fila de banco e em uma de cinema. O caso do banco gerou mais reclamações pelo fato do indivíduo se sentir em uma situação obrigatória, diferente do cinema, onde a pessoa se considera em um momento de lazer e opcional.

Filas no horário de pico do almoço em um restaurante coletivo também foram filmadas durante dois meses, indicando 57 intrusões. Neste caso, Iglesias informou que os furões entravam "como quem não quer nada", ou falando ao celular, olhando para o lado ou cumprimentando alguém da fila. A maior parte das pessoas fingiu não ver.

Outro fator importante destacado pelo estudo, é a escolaridade dos envolvidos. As pessoas que tiveram um maior nível de educação reclamaram mais por causa da demora que os de menor nível. "Nas classes mais baixas, as opções são mais restritas e os indivíduos já estão mais acostumados a tolerar a espera. É o caso, por exemplo, dos serviços bancários", explicou o psicólogo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Insights

Pensamentos, conceitos e colocações pertinentes...

"Faculdade Moral e Consciência são dois princípios morais da mente humana. Por Faculdade Moral entende-se o atributo da mente humana capaz de distinguir e eleger entre o bem e o mal; ou, dito de outro modo, entre a virtude e o vício. Trata-se de um princípio inato e, ainda que possa melhorar-se pela experiência e pela reflexão, não deriva de nenhuma delas, nem da experiência, nem da razão. Tanto São Paulo quanto Cícero oferecem a descrição mais perfeita sobre a Faculdade Moral que se pode encontrar. Conforme disse São Paulo, 'Pois quando os gentis, que não têm lei, praticam por sua natureza as coisas da lei, estes, não tendo lei, são leis para si mesmos, agindo de acordo com uma lei escrita em seus corações, tendo suas Consciências e suas razões como testemunhas que, entre si, os acusam ou defendem mutuamente.'"
Ballone GJ - Personalidade Psicopática - in. PsiqWeb, Internet, disponível em < www psiqweb.med.br/> revisto em 2005.

"Temos o direito a sermos iguais quando a diferença nos inferioriza. Temos o direito a sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza. As pessoas querem ser iguais, mas querem respeitadas suas diferenças. Ou seja, querem participar, mas querem também que suas diferenças sejam reconhecidas e respeitadas."
Boaventura de Souza Santos.

"A concepção educacional que orienta esse projeto pedagógico pauta-se na formação integral do profissional, como agente capaz de atuar sobre fenômenos psicológicos em diferentes contextos. Com base nessa concepção, busca-se uma sintonia com uma formação global e crítica para os envolvidos no processo de formação, tendo como objetivos precípuos capacitá-los para o exercício da cidadania, promoção do bem-estar e transformação de realidades que comprometam a dignidade e convivência social."
Concepção filosófica do Programa Pedagógico do Curso de Psicologia da UFSC.

"Ninguém muda nada se não acredita que pode."

"Um olho por um olho acabará por deixar toda a humanidade cega."
Gandhi.

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons."
Marthin Luther King (Colaboração de Bruno Arthur Hochheim, estudante de Direito)

sábado, 29 de agosto de 2009

Primeiros feedback's

As reflexões estão surgindo.

Os apoios são importantíssimos, mas as críticas ainda mais!!

Gostaria de ratificar a importância das ações e movimentos políticos, e tentarei deixar claro o que quis manifestar ao dizer "... não vamos diminuir a importância e a força de nossas ações políticas... É claro que é mais fácil e divertido brigar com a reitoria, crucificar nossos políticos e antepassados...". Está relacionado com uma das frases que notabilizou o grande Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”.

As transformações interiores são muito mais trabalhosas e confrontadoras.

Estou colocando em pauta um problema que, no meu entender e de alguns outros, é notável, claro e de fácil solução. Não depende da reitoria, do governo ou dos meus pais!!

De acordo com o filósofo, é aí que se encontra a maior dificuldade!!

Universitários da UFSC, SURPREENDAM-ME!!!

Não vamos ficar com mesquinharias, medir forças ou discutir ideologias. Deste tipo de elocubração nosso país está farto e sua fertilidade é nula.
Nossas intenções e objetivos vão de encontro. Vamos acabar com essa passividade interior, dar uma sacudida no ser e abrir as idéias.

Vamos dar um exemplo de bom senso: SIMPLESMENTE RESPEITAR A FILA!!!

Boa semana!!!

domingo, 23 de agosto de 2009

Para Refletir....

Não dá um jeitinho?

Mais do que irritado por pessoas entrarem na minha frente na fila do Restaurante Universitário (RU) da Universidade Federal de Santa Catarina, eu fiquei frustrado com a minha passividade e dos outros alunos perante esse ato de desrespeito, além de intrigado pelo motivo dessa questão não ser discutida em nenhum momento pelos universitários. Eu presenciei manifestações para a melhoria do atendimento do RU com a abertura de novas alas e desenhos de mortos no chão devido à espera na fila, as quais são justas e fundadas. Não vamos diminuir importância e a força de nossas ações políticas. Porém nunca observei nenhuma crítica ao diário e constante desrespeito à Fila que já foi institucionalizado pelos Universitários.

O comportamento de uma boa parte dos alunos ao dirigirem-se ao RU é de primeiro procurar algum conhecido na fila e apenas depois, em caso de insucesso, amargarem o fim dela. Já identifiquei colegas que se tornaram profissionais nesse quesito. Acho que fazem amizades apenas para furar fila.

É claro que é mais fácil e divertido brigar com a reitoria, crucificar nossos políticos e antepassados do que colocar o dedo na cara do colega que entra na minha frente ou olhar no espelho e assumir que eu também furo a fila. Mesmo porque se eu reclamo hoje, não posso furar amanhã. Além disso, frear essa falta de respeito depende só de nós, e sendo assim, depende de muita maturidade, responsabilidade e boa vontade.

Desculpas para esse abuso não faltam: eu trabalho, estou atrasado, tenho uma aula tal hora, meus filhos, vou confraternizar com meus amigos, etc.

E os outros que já estavam na fila? Esses decerto não têm nada para fazer. Com certeza podem esperar mais um pouco enquanto você agiliza sua refeição para resolver os problemas do mundo!

Aproveite a fila para confraternizar com alguém diferente, faça novas amizades, apresente-se a quem vem antes ou depois de você. Fazemos parte da mesma comunidade, assuntos não faltam. Agora, se o amor ao seu conhecido for tão grande, puxe-o para o fim da fila.

Será que a solução seria criar algum sistema de cotas ou de preferência para os casos especiais? Quem fará parte dessa comissão? Não sei, mas provavelmente seus membros não terão mais que pegar a fila do RU.

No livro “A Cabeça do Brasileiro”, Alberto Almeida trata do jeitinho brasileiro e coloca a expressão “‘Você sabe com quem está falando?’ como o símbolo maior do caráter hierárquico de nossa sociedade. Alguns brasileiros – em situações nas quais o tratamento igualitário se torna intolerável – fazem e respondem essa pergunta. Torna possível estacionar em local proibido, furar a fila em repartições públicas, receber algum tipo de benefício da lei ou ser exceção de uma regra. Muitas vezes isso ocorre de maneira sutil, sem a frase, mas com o conceito ela se expressa.”

Nossa fila do RU é um exemplo claro!

Meu maior espanto é perceber que somos universitários, as supostas pessoas que devem mudar esse país. Como esperar algo se na mínima chance de tirar vantagem de nossas influências ou amizades já nos colocamos acima de conceitos básicos de educação e respeito, quiçá da lei.

Por que não entrar na fila normalmente e encarar mais esse problema de nossa nação como os brasileiros comuns que não se prevalecem de benefícios. A fila está lá para todos e, conforme Roberto DaMatta (Carnavais, malandros e heróis), “afinal, quem você acha que é? Ninguém é mais especial do que ninguém e, por isso a lei é geral e impessoal, aplica-se igualmente a todos.”

Será que nós, estudantes do ensino “superior”, somos “mais especiais”? Não deveríamos ser os primeiros a dar exemplos de cidadania? Não seria furar a fila também uma forma de desrespeito, uma sementinha do comportamento corrupto enraizado em nosso povo? Que tal quebrar essa corrente dentro de nossa própria casa?

Bom, esse assunto com certeza nos traz muito o que refletir e argumentar...

Então te convido: vamos para o fim da fila e lá teremos bastante tempo para discussões!!