quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Egos inflados

Dia 25 de agosto, tivemos um debate na semana da Psicologia conduzido pelo Calpsi.
Depois de discursos inflamados de nossos representantes, fazendo política da forma mais batida que conhecemos, digna das melhores (ou piores) propagandas políticas brasileiras, questionei mais uma vez quando que nós, alunos, iremos incluir em nossas discussões algo sobre os nossos deveres como universitários, ao invés de apenas apontar dedos, saindo da postura de vítimas e bebês reclamões, para os quais a Universidade deve incondicionalmente servir.
Perguntei por que não questionamos os servidores, uma vez que "apoiamos" a greve, os motivos de alguns não comparecem ao serviço e não aceitarem o ponto eletrônico. Porque continuamos furando a fila e fazendo barulho na biblioteca.

Como em outras vezes, a acolhida aos meus questionamentos não foi das melhores: senti-me exatamente como dizem sentirem-se os estudantes quando tentam contato com o Prata ou quaisquer de seus inimigos públicos. Apresentaram em sua resposta a mesma irritação e ironia, sem abertura para realmente ouvir ou tentar entender algo diferente do que propõem ou entendem como verdade, algo que não concordam. Ainda que, como neste caso, esta reflexão venha de seus iguais.

Foi-me sugerido que considerasse os motivos e contingências que levariam estes alunos a agir desta forma e os servidores a exercer atividades durante seus horários de serviço.
Eu questionaria então:
Porque não considerar as condições que levam o reitor a tomar as medidas descabíveis que toma? Porque não analisar os motivos que levam os nossos representantes em Brasília a aumentar seus próprios e já gordos salários, ou nunca comparecerem no plenário.
Porque pesos e medidas diferentes?
É incrível como o ser humano consegue relativizar muitas coisas quando é de seu interesse.
Enquanto agirmos desta maneira, nenhuma mudança significativa terá nossa sociedade. Mudarão os atores, mas os papéis continuam os mesmos.
Alunos furando a fila e políticos desviando dinheiro.
Bom, ao menos, no meu entender, minha pergunta foi respondida claramente: Não, não vamos discutir sobre os deveres dos estudantes. Não nos interessa!

Finalizando, um desabafo: não me sinto representado por este discurso reacionário apresentado na mesa. Acredito que um centro acadêmico "livre" deveria ser mais cauteloso e democrático em suas escolhas, além de estar mais aberto às diferenças existentes dentro de nosso curso.

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