Entre as justificativas que escuto em defesa do furo dois argumentos têm se destacado:
1) A entrada na fila de uma ou duas pessoas é tolerável;
2) Quando estamos atrasados o furo se justifica.
Peço ajuda aos meus amigos da matemática para que expliquem as consequências aritiméticas ou exponenciais se todos os ocupantes da fila considerarem-se no direito de dar lugar a apenas um ou dois amigos.
No mundo de hoje, quem não está atrasado? Lógico que imprevistos acontecem, mas atrasado por quê e para quê? Você não deveria ter pensado nisso antes de ajustar seu despertador? Ou então escolher um restaurante que não tenha filas, já que o com fila não atende às suas necessidades? E por que o seu atraso é mais importante que o dos outros?
Noto que nossos colegas tentam justificar o furo por não disporem-se a perder a comodidade de almoçar mais cedo ou com os amigos, como se todos os outros que já estavam na fila achassem esse comportamento normal e aceitável.
Precisamos dizer a eles que nós não achamos!!
O brasileiro coloca-se em primeiro lugar de importância em detrimento do direito dos outros. Isto é privilégio, é corrupção!
Curioso que ninguém se manifestou a favor do furo neste blog. Mesmo assim os furões continuam. Será que o cartaz colocado na parede do ru deveria estar mais perto da porta para que eles saibam da existência do blog?
Desafio os que acreditam que não há implicações no furo ou que é justo furar a fila que deixem aqui seus argumentos ou comentários.
Bons feriados.
domingo, 25 de outubro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Votar em Quem?
Primeiro duas perguntas:
Já pegou sua caneca?
Você sabia que já fazem duas semanas que o RU noturno abre para o almoço?
Tenho almoçado lá sem pegar quase nada de fila.
Parabéns pelas conquistas dos alunos e cooperação (mesmo que tardia!) da reitoria.
Porém, mesmo que um tanto diluído pela queda do tempo de espera, o furo permanece presente e a diminuição da intensidade não diminui a magnitude do problema.
Espero que a importância do assunto não se perca, pois não deixamos de desrespeitar os colegas, apenas criaram-se melhores condições para que isso não aconteça de forma ostensiva. Não se deixem iludir, apesar da previsão de nosso brilhante colega: "se não houver fila, não terá furo!"(post de 26/09).
A evolução ideológica ainda é zero.
Perderemos a oportunidade de presenciar uma mudança de comportamento político e de auto-reflexão?
Ou esperar-se-á mais uma condição de guerra para vivenciarmos o caos?
Para os que ainda defendem o comportamento de furar a fila, ainda deixo dois questionamentos:
1) Imagine seu candidato para as próximas eleições.
Você votaria em alguém que fura a fila? (Muitos de nossos colegas serão candidatos daqui a 10, 20 ou 30 anos. E aí?)
2) Se seu filho lhe perguntasse: "Papai/Mamãe, é certo furar fila?", o que você responderia?
Mais um desabafo:
Essa semana, num passeio ecológico promovido pela prefeitura, enquanto acompanhávamos 20 crianças e algumas bitucas já ficavam pelo caminho, foi solicitado por um dos guias que os professores presentes apagassem seus cigarros ao menos durante o passeio.
Os motivos são óbvios (diga que são, por favor!!!).
O comentário foi: "Isso a gente sabe, mas não dá pra fazer tudo certo."
Triste, não é? Ainda mais vindo de um educador.
Espero que vocês não pensem do mesmo jeito.
Boa semana, bom RU. Com menos filas e com caneca.
Já pegou sua caneca?
Você sabia que já fazem duas semanas que o RU noturno abre para o almoço?
Tenho almoçado lá sem pegar quase nada de fila.
Parabéns pelas conquistas dos alunos e cooperação (mesmo que tardia!) da reitoria.
Porém, mesmo que um tanto diluído pela queda do tempo de espera, o furo permanece presente e a diminuição da intensidade não diminui a magnitude do problema.
Espero que a importância do assunto não se perca, pois não deixamos de desrespeitar os colegas, apenas criaram-se melhores condições para que isso não aconteça de forma ostensiva. Não se deixem iludir, apesar da previsão de nosso brilhante colega: "se não houver fila, não terá furo!"(post de 26/09).
A evolução ideológica ainda é zero.
Perderemos a oportunidade de presenciar uma mudança de comportamento político e de auto-reflexão?
Ou esperar-se-á mais uma condição de guerra para vivenciarmos o caos?
Para os que ainda defendem o comportamento de furar a fila, ainda deixo dois questionamentos:
1) Imagine seu candidato para as próximas eleições.
Você votaria em alguém que fura a fila? (Muitos de nossos colegas serão candidatos daqui a 10, 20 ou 30 anos. E aí?)
2) Se seu filho lhe perguntasse: "Papai/Mamãe, é certo furar fila?", o que você responderia?
Mais um desabafo:
Essa semana, num passeio ecológico promovido pela prefeitura, enquanto acompanhávamos 20 crianças e algumas bitucas já ficavam pelo caminho, foi solicitado por um dos guias que os professores presentes apagassem seus cigarros ao menos durante o passeio.
Os motivos são óbvios (diga que são, por favor!!!).
O comentário foi: "Isso a gente sabe, mas não dá pra fazer tudo certo."
Triste, não é? Ainda mais vindo de um educador.
Espero que vocês não pensem do mesmo jeito.
Boa semana, bom RU. Com menos filas e com caneca.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Moral e Moralismo. Existe diferença?
Notei que em minhas conversas sobre o tema deste blog, muitas pessoas se incomodam imensamente quando coloco a palavra “moral”. Tenho a nítida impressão que ela causa uma aversão e repúdio incontroláveis, dificultando o entendimento e aceitação de que furar a fila é um comportamento inadequado.
Essas reações me intrigam!
Depois de várias reflexões, concluí que está havendo uma confusão entre Moral e Moralismo.
Tentando juntar maiores argumentos para esta diferenciação, fui feliz em encontrar o artigo “Sobre o moralismo” de Fernando Montes D'Oca, Professor de Filosofia licenciado pela Universidade Federal de Santa Maria, publicado no jornal Diário de Alegrete em 26 de maio de 2006.
Aqui coloco passagens desse artigo que caem como uma luva para os esclarecimentos que julgo necessários:
“Infelizmente, ao homem de hoje falta moral e sobra moralismo. Em geral, tais expressões são confundidas e tomadas como tendo um mesmo e único sentido. No entanto, vale lembrar que entre a moral e o moralismo há um verdadeiro abismo.
Alguns ismos, acrescentados como sufixos, dão um sentido pejorativo à nova palavra formada [...]. O ismo denota uma espécie de desvalorização e transmite a idéia de que algo foi levado ao extremo a ponto de uma completa banalização. Assim sendo, a moral levada ao extremo passa a ser um moralismo.[...]
No nível moral do moralismo, que é um extremo ou um excesso em relação à justa medida moral, parece que a racionalidade inexiste. Nessa instância as ações humanas são orientadas de fora para dentro. Em vez de racionalidade livre, há uma obrigatoriedade ditada por exemplos ou modelos morais.
O moralismo não incentiva as pessoas a pensar em como agir, mas a agir sem pensar. De fato, usurpando a boa-fé de pessoas que abdicam de pensar antes de fazer qualquer coisa, aparecem os moralistas.
O indivíduo moralista parece sempre saber o que é certo, não titubeia nunca. Ademais, sabe o que é certo e bom para si e para os outros, e, o que é pior, induz, quando não obriga, as pessoas a agirem segundo ele julga correto.
De moralistas o mundo está cheio, seja na política, na religião, na educação, nos meios de comunicação… [...] O moralista parece ser um indivíduo que se encontra acima do bem e do mal, e, por isso, julga-se digno, mesmo muitas vezes sendo totalmente incapaz, de ser um formador de opinião e de ser alguém que legisla sobre a vida dos outros.
Quanto mais moralista se é, menos moral se tem! O moralista só prega para os outros, é um completo hipócrita. [...]
O fato de o moralista levar o discurso moral ao extremo, isto é, a ponto de reduzi-lo à não-racionalidade das ações, coloca em xeque toda a possibilidade de se ter uma legítima doutrina moral, baseada em princípios e valores flexíveis e raciocinados, e não apenas em sensacionalismos emotivistas ou em puritanismos baratos.”
O professor termina conceituando moral como “a capacidade raciocinada do homem, por si próprio, decidir o que é certo e o que é errado, o que é bom e o que é mau, o que é justo e o que é injusto, o que é nobre e o que é vil, o que é virtude e o que é vício.”
Então, ratificando, não queremos nem pretendemos ser moralistas. A este conceito temos as mesmas reações de aversão e repúdio encontradas.
Defendemos aqui a moral, que se refere ao respeito ao próximo e ao exercício de cidadania. Quem sabe agora entramos num acordo!!
Feliz dia das crianças e boa semana!!!
Essas reações me intrigam!
Depois de várias reflexões, concluí que está havendo uma confusão entre Moral e Moralismo.
Tentando juntar maiores argumentos para esta diferenciação, fui feliz em encontrar o artigo “Sobre o moralismo” de Fernando Montes D'Oca, Professor de Filosofia licenciado pela Universidade Federal de Santa Maria, publicado no jornal Diário de Alegrete em 26 de maio de 2006.
Aqui coloco passagens desse artigo que caem como uma luva para os esclarecimentos que julgo necessários:
“Infelizmente, ao homem de hoje falta moral e sobra moralismo. Em geral, tais expressões são confundidas e tomadas como tendo um mesmo e único sentido. No entanto, vale lembrar que entre a moral e o moralismo há um verdadeiro abismo.
Alguns ismos, acrescentados como sufixos, dão um sentido pejorativo à nova palavra formada [...]. O ismo denota uma espécie de desvalorização e transmite a idéia de que algo foi levado ao extremo a ponto de uma completa banalização. Assim sendo, a moral levada ao extremo passa a ser um moralismo.[...]
No nível moral do moralismo, que é um extremo ou um excesso em relação à justa medida moral, parece que a racionalidade inexiste. Nessa instância as ações humanas são orientadas de fora para dentro. Em vez de racionalidade livre, há uma obrigatoriedade ditada por exemplos ou modelos morais.
O moralismo não incentiva as pessoas a pensar em como agir, mas a agir sem pensar. De fato, usurpando a boa-fé de pessoas que abdicam de pensar antes de fazer qualquer coisa, aparecem os moralistas.
O indivíduo moralista parece sempre saber o que é certo, não titubeia nunca. Ademais, sabe o que é certo e bom para si e para os outros, e, o que é pior, induz, quando não obriga, as pessoas a agirem segundo ele julga correto.
De moralistas o mundo está cheio, seja na política, na religião, na educação, nos meios de comunicação… [...] O moralista parece ser um indivíduo que se encontra acima do bem e do mal, e, por isso, julga-se digno, mesmo muitas vezes sendo totalmente incapaz, de ser um formador de opinião e de ser alguém que legisla sobre a vida dos outros.
Quanto mais moralista se é, menos moral se tem! O moralista só prega para os outros, é um completo hipócrita. [...]
O fato de o moralista levar o discurso moral ao extremo, isto é, a ponto de reduzi-lo à não-racionalidade das ações, coloca em xeque toda a possibilidade de se ter uma legítima doutrina moral, baseada em princípios e valores flexíveis e raciocinados, e não apenas em sensacionalismos emotivistas ou em puritanismos baratos.”
O professor termina conceituando moral como “a capacidade raciocinada do homem, por si próprio, decidir o que é certo e o que é errado, o que é bom e o que é mau, o que é justo e o que é injusto, o que é nobre e o que é vil, o que é virtude e o que é vício.”
Então, ratificando, não queremos nem pretendemos ser moralistas. A este conceito temos as mesmas reações de aversão e repúdio encontradas.
Defendemos aqui a moral, que se refere ao respeito ao próximo e ao exercício de cidadania. Quem sabe agora entramos num acordo!!
Feliz dia das crianças e boa semana!!!
terça-feira, 6 de outubro de 2009
CIDADANIA
"Cidadania é a condição de existência do indivíduo que compartilha interesses do coletivo e trabalha no sentido de sua consolidação, para romper com a relação de anomia, quando expressar sua identidade particular não o coloca nem acima nem abaixo da identidade dos outros, supondo-se que o livre desenvolvimento de cada um é a condição para a convivência e desenvolvimento de todos. Este homem é aquele que tem seu lugar no mundo e que reconhece o lugar de cada um dos outros indivíduos."
(GELBCKE, Francine Lima, et al. Texto & Contexto - Enfermagem, Florianópolis, dez. 2008).
Parece que estamos bem longe disso...
Exigimos nossos Direitos. Esquecemos dos Deveres.
(GELBCKE, Francine Lima, et al. Texto & Contexto - Enfermagem, Florianópolis, dez. 2008).
Parece que estamos bem longe disso...
Exigimos nossos Direitos. Esquecemos dos Deveres.
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